Quem faz
Olá, tudo bem? Meu nome é Raquel Rezende, sou jornalista e fundadora do Praga Boêmia.
Sou brasileira, nascida em São Paulo, capital, mas fui criada em Florianópolis (SC). Moro em Praga, a capital tcheca, desde 2013. Vim para cá com o marido, Felipe Machado, que é músico e designer gráfico.
Felipe é grande entusiasta da cultura e da língua tcheca. Além de adorar as cervejas, claro! Gostamos de viajar pelo país, descobrir novos destinos e aprender sempre mais sobre a cultura da República Tcheca. A ideia é estimular os viajantes de língua portuguesa a viajarem para cá para conhecer não apenas Praga, mas outras regiões e cidades deste país fabuloso, que agora chamamos de casa.
Uma viagem mais autêntica
O blog Praga Boêmia nasceu no final de 2015. Depois de 2 anos e alguns meses morando na República Tcheca percebi que tinha muita coisa para compartilhar com outros viajantes sobre o país. Por isso, aqui você vai encontrar relatos, impressões e dicas sobre Praga e outras cidades da República Tcheca a partir de uma visão pessoal minha que vivo aqui. Peraí…isso soa redundante! Sim, porque quero deixar claro que se você busca um olhar de uma brasileira que vive em Praga e conhece os hábitos e gostos dos brasileiros para aproveitar o melhor da viagem por aqui, você está no blog certo!
Sabe aquele café incrível que quase não vai turistas? Eu posso te contar onde é. E aquele beer garden, onde você só vai escutar a língua tcheca, porque só é frequentado por locais? Não fala para ninguém…mas eu também te conto onde fica.
Brincadeiras à parte…o blog Praga Boêmia foi pensado para você ter a melhor experiência de viagem em Praga e também em outras cidades tchecas, levando em conta aquelas experiências de viagem mais autênticas, na qual você realmente pode sentir que conheceu o país que visitou, os hábitos dos locais, suas tradições, comportamentos e jeitos de levar a vida.
Fugindo do olhar de turista que geralmente quer ter um overview de cada lugar que passa, os artigos encontrados aqui sempre buscam trazer para você uma visão mais profunda. Um algo a mais sobre a República Tcheca.
Afinal, viver aqui me permite descobrir coisas que vão além do olhar turístico. E toda essa descoberta, eu quero compartilhar com você. A começar pelo fato de que a República Tcheca não é tão explorada por brasileiros, apesar de oferecer incríveis cenários medievais, atrativos históricos preservados ao longo dos séculos e paixões gastronômicas e/ou alcoólicas tentadoras, como a cerveja.
Parece interessante?
Então, se você deseja saber mais sobre a República Tcheca e receber dicas valiosas para ter uma verdadeira experiência de viagem por aqui, acompanhe em primeira mão os novos artigos publicados no site, clique aqui cadastre seu email e receba gratuitamente o ebook Cidades Cervejeiras na República Tcheca
Rumo à metrópole medieval – como vim parar aqui…
Não vim para cá por acaso, tudo foi detalhadamente planejado. Mas antes disso, muito antes disso, passei alguns anos sonhando e pensando em como eu faria isso. Tudo começou quando fiz minha primeira viagem para a Europa. Mas ainda antes disso, preciso voltar muito no tempo para contar sobre meu fascínio por viagens.
Desde pequena, viajar me fascinava. Minha família costumava fazer viagens longas de carro, principalmente entre São Paulo e Santa Catarina, onde era o estado natal da minha vó materna. Então, sempre que a viagem era planejada, eu ficava em êxtase. Sabe aquela sensação de embrulho no estômago, nervosismo, misturado a uma grande expectativa de algo que está prestes a acontecer e que você quer muito? Então, é exatamente isso. Sentir essa sensação era o máximo para mim.
Com esse sentimento no coração e essa ideia na cabeça, fui crescendo sempre pensando e sonhando com viagens. Fazia coleção das seções de turismo do jornal, assistia programas de viagem na tv e cheguei a pagar o maior mico, hoje quando penso, não acredito que fiz isso, em uma virada de Ano Novo na praia.
Bem, você sabe, toda virada de ano é cheia de simpatias e resoluções de Ano Novo. E eu tinha lido em algum lugar que se eu pulasse as sete ondas no momento da virada com um mala na mão, era certo que durante o ano iria viajar muito. E foi o que fiz. Na época, tinha 16 anos e meu vô Alcides, me acompanhou também com uma mala na mão, virando o ano e pulando ondas. Imagine a cena…
Talvez, meu vô, sem ele saber, foi a maior inspiração para mim quando o assunto é viajar. Pois ele, sempre que podia, pegava o carro e viajava muitos quilômetros para conhecer um lugar. E como minha família é pequena, minha mãe é filha única. Nós, eu e meu irmão, sempre estávamos juntos em todas as viagens.
Agora, se você me perguntar se a simpatia de Ano Novo deu certo…posso te dizer que exatamente naquele ano, acho que não. Pelo menos, não na quantidade de vezes que eu sonhava viajar. Enfim, segui sonhando com viagens dentro das possibilidades da minha família. Na minha casa, eu sempre fui a consultora de viagens e planejava as férias de fim de ano. Como morávamos em Santa Catarina, viajamos muito de carro para Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul. E uma vez fomos de carro também para Foz do Iguaçu, no Paraná. Sem falar nas muitas viagens feitas para as cidades catarinenses.
Até a minha escolha profissional eu fiz pensando em viajar. Escolhi ser jornalista imaginando as inúmeras viagens incríveis que faria trabalhando. Mas isso foi pura ilusão, até fiz viagens a trabalho como jornalista, porém nenhuma delas foi realmente como eu imaginava. Claro, a não ser que você seja um repórter, editor de uma revista de viagem, o que não foi o meu caso.
Aí decidi que eu mesma teria que criar as minhas oportunidades de viagem. E assim comecei aos poucos, viajando pelo Brasil, se aventurando de carro de Santa Catarina até o Uruguai com Felipe, até chegar a viagem que mudaria a minha vida: o primeiro mochilão para a Europa, em abril de 2009.
A ideia para fazer essa empreitada começou um ano antes do dia de embarcar. Primeiramente, por conta do planejamento financeiro, eu e Felipe, ainda namorados, morando cada um na casa dos pais, começamos a economizar o máximo que podíamos. Eu era repórter em uma revista e Felipe trabalhava como ilustrador em uma empresa de educação e também como músico, guitarrista.
Depois, era preciso organizar a rota da viagem, já que queríamos fazer tudo de forma independente, sem estar vinculados a pacotes turísticos. A ideia era sair do Brasil somente com o primeiro destino definido e o restante do roteiro iríamos planejando conforme os interesses de viagem de cada um. E foi exatamente essa falta de planejamento detalhada que deu a maior emoção para a viagem. A sensação de liberdade de acordar e pensar: “para onde vamos nos próximos dias?”. E depois pegar um mapa e escolher o destino, é indescritível. E fizemos tudo isso com a ajuda do “Guia Criativo para o Viajante Independente na Europa” criado e desenvolvido por Zizo Asnis e sua equipe de viajantes. Sem o guia, acredito que nossa viagem, da maneira como escolhemos fazer, não teria sido possível.
Além disso, o simples e prático mapa foi nosso grande companheiro de viagem em todas as cidades por onde passamos. A estratégia para explorar os lugares era simples: encontrar o primeiro ponto de informação turística e conseguir um mapa. A partir daí, ele nos guiava pelos principais pontos de interesse da cidade. E se você se perde, se afasta ou simplesmente vê uma rua que te chama para ser explorada, você pode ir sem medo. Depois é só olhar o mapa de novo e se achar na cidade. Mapa de papel ou digital, pouco importa. O que vale é a vontade de conhecer e explorar.
E assim percorremos 9 países em 36 dias com um mochilão nas costas. O sonho, que permeava minha cabeça desde adolescente, tinha se tornado realidade.
Ok, perfeito…sonho pensado, sonho realizado! Mas, e agora? Você sabe, a essência humana nunca está satisfeita, quer sempre mais. E agora eu buscava outro sonho. E além disso, tinha outra questão que eu estava tentando conviver: voltar para a realidade e continuar a vida normal de todo dia depois disso. Confesso que nos primeiros dias de rotina normal no Brasil, eu andava pelas ruas parecendo estar flutuando, minha mente não estava ali. Ao invés disso, estava vagando por alguma rua de Bruxelas, Cracóvia ou Amsterdam. Tamanha eram as lembranças marcantes da viagem.
Com esse sentimento constante de nostalgia só crescendo, eu decidi que tinha que morar na Europa por três simples razões:
1) Queria viajar mais: e se estivesse morando seria mais fácil para conhecer mais países e explorar não só a Europa como outros continentes também.
2) Diversidade de culturas: uma vez em qualquer cidade da Europa, percorre-se em média 400 km, dependendo do ponto de partida, muitas vezes bem menos que isso, e você já está em outro país, com outra língua e cultura totalmente diferente. E isso é fantástico!
3) Imensa vontade de saber como é a vida em outro país: queria experimentar a sensação de não ser turista e sim uma moradora local em um país diferente do meu.
Mas como fazer essa mudança? Como assim, mudar de país? Para qual país eu iria? O que eu iria fazer lá, em que iria trabalhar? Enfim, existiam muitos fatores que impediam essa transição. E esse fase de dúvidas, incertezas e busca por respostas foi longa, durou três anos.
Durante esse período, eu tentei algumas bolsas de estudo na Espanha, mas nenhuma deu certo. Estava pensando em começar a tentar algo na Holanda. Porém, estava desanimada, sem saber qual caminho seguir para tentar essa experiência que tanto queria realizar. E a resposta para minha busca veio de um simples telefonema do Felipe, que dizia que tinha encontrado um amigo de infância que era tcheco e viveu no Brasil por mais de 18 anos. Esse amigo morava em Praga, estava de passeio pelo Brasil e convidou Felipe para passar um tempo na cidade e ver como é a vida de músico em Praga. Até esse fatídico dia, nunca tinha considerado a República Tcheca como opção para viver, simplesmente por acreditar que seria inviável, talvez muito mais impossível que em outras cidades europeias. Apesar de já ter estado em Praga antes, por um fim de semana, durante nosso mochilão, nem me passava pela cabeça morar lá. Mas, com a alma viajante que tenho, me lembro que a simples ideia de morar em Praga me trouxe uma empolgação imensurável. E, assim, Praga foi a resposta que eu estava procurando há muito tempo.
Mas, o caminho entre a ideia e a chegada em Praga para morar ainda teve que esperar quase um ano. Sim, pois para brasileiros “normais” é possível passar somente três meses na Europa. Para ficar mais, tive que tomar uma atitude simples e direta. Você já deve ter escutado que fazer o simples é mais difícil do que fazer o complicado? Então, dessa vez consegui fazer o simples: entrei em contato com o Consulado da República Tcheca no Brasil, pedi os contatos da área de vistos e escrevi um e-mail solicitando um visto de maior tempo para viver no país. A única justificativa que dei foi que era jornalista, tinha um blog de viagem (que chamava Mapa no Bolso) e trabalhava como jornalista freelancer. E, além disso, era casada (eu e Felipe casamos antes de mochilar para Europa) e ele teria que ir comigo.
A partir daí começou a saga para entregar inúmeros documentos que comprovava tudo o que eu estava falando, inclusive extratos bancários que garantia que tínhamos dinheiro para passar pelo menos os primeiros seis meses. Outros fatores de ordem prática ajudaram também a tomar a decisão de mudar para a República Tcheca. Primeiro, a moeda que não é Euro e sim Coroa Tcheca, e em média, a conversão varia entre 1 Real para 7 Coroas Tchecas. Então, era possível viver aqui ganhando em Reais. Isso foi o cenário no fim de 2012. Se você estiver lendo este artigo agora, em 2017, as coisas mudaram um pouco por causa das naturais oscilações econômicas no mundo. Atualmente, 1 Real compra 7 Coroas Tchecas, em média.
Enfim, depois de 11 meses com o trâmite dos documentos, conseguimos a permissão para viver na República Tcheca! Imaginem a minha felicidade quando vi o carimbo de residência temporária no passaporte!
Agora, sou obrigada a abrir um parênteses para comentar que tudo isso que passei antes de conseguir esse carimbo, só me leva a crer, cada vez mais, que nada é impossível para ninguém nesta vida. Quando se quer algo de verdade, a única coisa que se tem a fazer é mirar no seu alvo e trabalhar, lutar e buscar de todas as maneiras atingi-lo, mesmo diante da descrença das pessoas ao seu redor, diante de crises econômicas e momentos difíceis. Se você for esperar o momento ideal e perfeito para fazer algo, corre o risco de sempre ficar esperando e nada acontecer. E pode apostar, essa foi apenas uma das lições que aprendi quando escolhi viver em outro país. Muitas ainda estavam por vir e ainda estarão.
E, quando me perguntam como vim parar aqui, costumo dizer que não fui eu quem escolhi Praga para viver, foi esta cidade quem me escolheu. Nos escolheu e acolheu a mim e a Felipe.
Por isso, quero compartilhar com você as melhores experiências que Praga proporciona. E não só ela, mas as muitas outras cidades tchecas também. Por viver aqui, tenho uma ligação mais forte com a República Tcheca, conheço um pouco mais e me sinto confiante para te dar ideias e dicas de como aproveitar esse país, que é repleto de monumentos históricos conservados ao longo de séculos, cidades medievais, vida cultural intensa e, para completar, tem a tradição de fazer e beber boa cerveja.
Para ter ideia, os tchecos se consideram a nação da cerveja, porque gostam de falar sobre cerveja e, sobretudo, de beber cerveja. Não é a toa que a República Tcheca lidera o consumo mundial de cerveja. Isso mesmo, aqui eles bebem mais cerveja que em todo o resto do mundo. A cerveja é considerada um símbolo tcheco e foi reconhecida como um produto com Indicação Geográfica Protegida. É, as características geográficas ajudaram o país a ter este título. Tudo porque nas terras tchecas nasce um tipo de lúpulo chamado Saaz que é muito aromático e pouco amargo, utilizado originalmente na fabricação de cervejas pilsen. E por causa disso, para comprar uma cerveja por aqui não é preciso muito dinheiro, com 18 CZK (Coroa Tcheca) compra-se uma cerveja de boa qualidade em um supermercado. Nos bares da cidade, a média de preço é de 45 CZK por meio litro. E também por custar menos que a água, aqui bebe-se mais cerveja.
Parece interessante? Quer saber mais sobre a República Tcheca?
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